domingo, 17 de julho de 2011

Somos o que somos.

"Somos o que somos" é algo obviamente complexo. Seja lá o que somos, se não formos, o que seremos? Experimente imaginar você sem um "defeito" - mas torne valido que defeitos para uns são qualidades para outros. Crie esperança sem culpas ou medos. Escolha um. Pode até ser o mais bobo, embora o teste cause mais efeito com um característico. Tentou?

Imagina você sem amar tanto as pessoas. Sem passar por elas e bater um papo sobre futebol, analisando que pessoa ela amou demais fazendo-a gritar um "PORRA" tão amavelmente agressivo sempre que seu time fizer um gol. Ou prestar atenção numa resposta vazia de um "tudo bom?" e depois disso ficar tentando pescar as aflições e achar soluções, mesmo que seja aquele senhorzinho que conheceu ontem.

Imagina você sem seus surtos epilépticos de felicidade. Depois de uma tarde inteira com seus amigos, você começa a ri descompassamente falando até da formiguinha que tropeçou na pedrinha ao travessar a rua. Imagina só, você sem seu alcoolismo de felicidade - porque, claro, existem pessoas que ficam bêbadas quando estão felizes demais. Bem, entendam como quiser.

Imagina você sem seu extinto "Madre Teresa de Calcutá". Quem ia salvar seus amigos? Quem ia fazer caridade no mercado? Quem ia colocar comida pra aquele passarinho da vizinha ao qual está quietinho e com a frutinha na gaiola muchinha?

Imagina só! Imagina só você sem seus defeitos. Somos o que somos. Somos o que somos justamente pela perda da identidade que aconteceria se não fossemos. Pelo completo excesso de defeitos que se transformam em qualidades pra quem sabe ver transformando também em insignificante o número dos que não sabem.

Somos o que somos e somos porque somos. Não adianta mudar, querido. A gente aperfeiçoa tudo. A gente elabora melhor e cria meios melhores também de se esquivar. Isso é crescer e não mudar. Até mesmo porque não podemos. Não se dá pra nascer de novo. Não se pode perder ciclos. Somos o que somos para sermos o que somos. Nem mais, nem menos. A evolução vem da aprendizagem e se você aprendeu, é porque é.

Tire esse pensamento infantil de mudança ou corte parcial dos defeitos. Não tem jeito! E existe um lado bom em tudo isso: somos o que somos. O que muda, o que realmente muda, é a oportunidade que se dá em você de ser um pouco melhor hoje do que foi ontem. Mas a sua essência - a menos que você queira perder sua identidade - continua ai dentro ao lado da sua consciência e o peso dela, cabe você diante de suas decisões; ou para quem sabe ver: provas. E ainda também diante de como você leva dons e encara a vida.

Portanto, hoje antes de dormir pegue um espelho e descubra quem você é. Depois, aceite-se. Felicidade talvez seja isso.

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