quinta-feira, 17 de junho de 2010

Eu de calças.

Alô? O telefone toca e era a minha nova esperança. Fazia tempo que ninguém me deixava tão bem quanto ele estava deixando. Eu estava empolgando, claro. Empolgada e fazendo planos. Merda. Ele era meierinho, mas era um cara legal, inteligente e sabia como me deixar sem palavras. Ele nasceu com a sorte de ser igual a mim, que engraçado. Ele ainda era engraçado. Tinha tudo pra ser o meu novo sonho de todas as noites e o rapaz que meus amigos ouviriam falar sempre. Ele era, segundo o próprio msn dele: " o cara ". Poxa, ele era foda mesmo! Fazia as perguntas que eu faço, respondia como eu respondo, era 'eu' sem e, tinha o dom de deixar alguém do outro lado da linha sem argumentos, fazia qualquer pessoa pensar e sabia bem como ser pontualmente chato... Ele soube ser diferente: ele era igual a mim! Só que, teve mais uma vez um "só que". Ele esperava minhas juras de amor e achava que eu iria ser bobinha pra dizer tudo logo de cara pra depois ele não precisar lutar e me dá um pé-na-bunda. Eu não disse nada. Ele disse tudo. Disse até depois da minha finalmente coragem de falar coisinhas bonitinhas e o quanto tava gostando de ter ele perto de mim, ele disse. Só que hoje, justamente hoje, ele resolve me confessar uma coisa. " Posso te confessar uma coisa? " Claro que pode me confessar e mil coisas de preferências. Me faça suar frio de novo dizendo que sou incomum e gosta muito de mim. Diga, diga, diga mesmo sem eu acreditar, diga. Mas claro que eu não disse nada disso. Mas pensei. Ai ele disse. Querem saber o resto? Ele me confessou que não gostava mais de mim como antes. Silencio meu, silencio alheio. Viram como ele é engraçado? Eu lhes disse, lhes disse. Eu nem tava gostando tanto assim dele (bom, isso só pensei de novo). Ele bem que me derrubou. Mas não muito, não tanto. Cai em pé. Eu ainda estava no segundo andar. Estava indo com calma: um degrau de cada vez. Mas eu subi. " Louise, você está bem? " Ora, obviamente que sim. Depois que a gente quebra o coração uma vez, ele racha e fica em pedacinhos. A gente cola, junta e ele se monta de novo. Então, então mesmo, não vai ser um petelecozinho que vai desmanchar-lo. Só bateu e voltou; Meu peito continua como rocha.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Lembrar de mim.

Sabe aquele reality show que nós gostávamos tanto? Pois é, meu preferido ganhou. Com certeza deve ter lembrado de mim, vai. E quando ele reaparece na midia por ai, você também deve lembrar quem tanto admirava ele, e que essa tal, foi alguém que você também confidenciou suas preferências e aflições. É assim que lembram da gente: com momentos e outras pessoas que coadjuvaram partes de nossas lembranças. Quando você entra no msn e alguém muda o nick para o mesmo que eu usava, deve clicar lá assustado e percebe que não sou eu que estou na sua lista de contatos. Inconscientemente você lembra de mim mais uma vez. E quando alguém te confessar que odeia aquelas músicas com letras gregas e se envergonharem diante de você por não saber dançar, forem doce e amarga várias vezes ao dia, te falarem a verdade mesmo doendo o coração ou tentarem te ensinar o que é o amor... Nessa hora vai bater o seu arrependimento. E você... Você vai novamente lembrar de mim.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Cor e cara de banana!

Nem parecia que ele um dia foi o dono das minhas tristezas e lágrimas. Depois do meu telefone tocar e de ouvir aquela voz mansa, pedindo colo e fazendo planos para ficarmos juntos de novo naquela noite, eu percebi que estava feliz. Não pela ligação de alguém que eu não esperava, mas pelo fato de alguém que um dia pediu pra que eu partisse, telefonasse acreditando que eu não havia crescido e que era a mesma adolescente tola e apaixonada. Não fico feliz com a desgraça alheia, mas... Estava feliz em poder provar como o mundo avança e como a gente pode se surpreender com as pessoas. Por favor, me dêem os parabéns: estou realizada e sou merecedora! Hoje neguinho tá comendo - lindo - nas mãos que um dia ele fez questão de não segurar! Engraçado, hein? E eu bem, bem que avisei... Game over!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O livro Vida

Escrevo, apago, escrevo de novo, copio, recorto, colo e viro a página. No fundo tudo o que eu quero dizer é que já escrevi histórias, apaguei pessoas, corrigi os erros, depois copiei atitudes e recortei gente pra colar outras no lugar. Por fim, apaguei-as novamente e mudei a folha pra recomeçar tudo de novo. O que eu quero dizer é que a vida é simplesmente um livro livre e aberto, repleto de coisas imaginárias e reais, saudáveis ou não. Sabem aquelas traças que de vez em quando aparecem do nada pra tentar arruinar nosso livro? Joga no chão! Pisa! Mata! Sacode pela janela! A pilha de páginas é sua, a letra é pequena mas o papel é grande. Coisas tão poucas não podem fazer com que elas se desperdicem. Se a mancha for na folha aberta, é melhor virar-la! Não arranque-a, só vire! Mude! Cuidado pra não passar mais de uma, por vez. Sujou? Borracha! E vire a página, vire colega, vire! Páginas cheias é chato de ler, é feia e desarrumada, e no final pode estragar o conjunto. Escreva devagar pra errar de menos. Faça isso. Tente! Mas o importante é não arrancar as folhas. Apenas, as deixe lá. Guarde-as! Depois elas ficarão abaixo de outras, não se preocupe. Na vida só existe uma coisa realmente impossível: pular capítulos. Coisa mal escrita também completa o seu livro. Lembre-se disso.