sexta-feira, 4 de junho de 2010

O livro Vida

Escrevo, apago, escrevo de novo, copio, recorto, colo e viro a página. No fundo tudo o que eu quero dizer é que já escrevi histórias, apaguei pessoas, corrigi os erros, depois copiei atitudes e recortei gente pra colar outras no lugar. Por fim, apaguei-as novamente e mudei a folha pra recomeçar tudo de novo. O que eu quero dizer é que a vida é simplesmente um livro livre e aberto, repleto de coisas imaginárias e reais, saudáveis ou não. Sabem aquelas traças que de vez em quando aparecem do nada pra tentar arruinar nosso livro? Joga no chão! Pisa! Mata! Sacode pela janela! A pilha de páginas é sua, a letra é pequena mas o papel é grande. Coisas tão poucas não podem fazer com que elas se desperdicem. Se a mancha for na folha aberta, é melhor virar-la! Não arranque-a, só vire! Mude! Cuidado pra não passar mais de uma, por vez. Sujou? Borracha! E vire a página, vire colega, vire! Páginas cheias é chato de ler, é feia e desarrumada, e no final pode estragar o conjunto. Escreva devagar pra errar de menos. Faça isso. Tente! Mas o importante é não arrancar as folhas. Apenas, as deixe lá. Guarde-as! Depois elas ficarão abaixo de outras, não se preocupe. Na vida só existe uma coisa realmente impossível: pular capítulos. Coisa mal escrita também completa o seu livro. Lembre-se disso.

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