domingo, 30 de janeiro de 2011

O segredo.

Fazia de conta que não se importava mais e conseguia facilmente forjar um sorriso diante de algum conhecido em comum ao perguntar-lhe dele. Fingia, fingia que não ligava e as pessoas caiam. Acostumada com tanta rasteira, ela havia aperfeiçoado o dom de sentir uma coisa e demonstrar com a face uma situação distinta. Sabia que conseguia e continuava. Mesmos os receios alheios de não lhe ferir, ela subornava com um sorriso mais brilhante que um punhado de ouro. Ela só precisava saber. E nas noites em meio a solidão, por masoquismo, a si própria maltratava olhando aquelas mesmas fotos da alegria dele sem ela e das frases tão ridículas e clichê que bem conhecia. Resistia quase todas às vezes e nas mais altas hipóteses que a lágrima rolava, mesmo sozinha, rapidamente limpava aquele resto de coração espremido. A menina sabia o que via. Doía, mas não parava. Ela precisava disso. Talvez essa não seja a maneira mais certa de esquecer, mas foi a saída que ela encontrou e obteve sucesso quando a vez era de outros caras não tão sublimes quanto ele. E esse, sabia que ela era diferente e então por medo do desconhecido e de conhecer a verdade dura porém necessária, abriu mão da pessoa que mais o fazia bem. Jamais se abrira e confessaria novamente tantas máscaras fixas quanto à ela. O medo o venceu. Pobre menino bobo. Ela é o que ele nunca teve e ó: nem não mais terá. Ela está no grau elevado de desistência e como nas outras alternativas, não quer e não mais vai olhar para trás. Ela se tortura pra desistir, pra esquecer e pra conseguir deixa-lo pra lá. E ela jura de pé junto que esse é o segredo pra conseguir terminar um amor tão bonito.

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